A banda O Hipertrópico continua a onda de lançamentos que faz parte do álbum “Atlântico”, ainda não lançado de forma completa. No começo de março, dia 3, foi a vez do clipe para a música “Pré-Pago”, que já foi assunto de uma matéria aqui no JC. O clipe apresenta uma compilação de vídeos gravados durante o final de 2021 e o começo de 2022 – ainda no período da pandemia da COVID-19.
No clipe, os músicos aparecem em um estúdio de gravação, mostrando os processos por trás do lançamento de uma música. O estilo do clipe é interessante e muito convidativo, ao aproximar a banda de seu público e demonstrar tanto a demora do processo de gravação, quanto a diversão e o profissionalismo envolvidos. Segundo a banda, a escolha da música para a utilização dessas cenas gravadas em estúdio é significativa, já que os vídeos ocorreram durante a pandemia e a letra da música fala sobre momentos complicados: “não podíamos adiar mais as gravações já que tudo era tão incerto, e também porque ela foi de fato a música que mais rolou experimentações em estúdio. Muitos dos efeitos sonoros dela foram feitos em um processo de live-mixing em uma mesa de som Tascam dos anos 80, com vários pedais de delay e reverb, bem fiel ao estilo de mixagem do Dub jamaicano”.
A mensagem do clipe e da música em si é muito positiva, principalmente a partir da escolha de lançar o vídeo em um período de maior estabilidade mundial. “Pré-Pago” é uma música dançante, com ritmo muito bem definido e, citando minhas próprias palavras em matérias anteriores, remete a um futuro baseado em uma relação positiva com a natureza. O clipe é um retorno aos dias complicados que vivemos, e demonstra o processo de criação de uma banda independente que, mesmo diante de todas as adversidades, não desiste do seu principal motivo de existir – criar arte para inspirar. A edição não é caótica e acompanha o ritmo da música, com transições calmas e bem agradáveis aos olhos.
A banda ainda afirma que as gravações presentes no clipe são somente um gosto do que vai se tornar um documentário sobre a gravação do disco “Atlântico”. “Nossa intenção é justamente mostrar para o público como se dá o processo de gravação de um álbum por uma banda independente: todos os perrengues, erros, gravações e regravações, gambiarras de estúdio, experimentações, timbragens, escolhas equipamentos, efeitos sonoros e tudo mais que envolve fazer música”, afirmam. O processo foi realizado no Estúdio Junkmahal, em Londrina, com o apoio de Felipe Scalone. Segundo os músicos, o registro foi significativo para que tivessem contato com todos os acontecimentos que envolvem a criação musical.
Para quem gosta do som do grupo, fica uma notícia boa: O Hipertrópico foi contemplada pelo Programa de Incentivo a Cultura (PROMIFIC) de Londrina e pretende lançar mais três videoclipes que fazem parte dos lançamentos do álbum “Atlântico”. Mais recentemente, O Hipertrópico também lançou a música “Alicante”, disponível nas plataformas de streaming. Para acompanhar as novidades da banda, é só seguir o @ohipertropico.