Um professor do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) foi demitido após ser considerado culpado por assédio sexual contra uma aluna. A demissão de Luciano Ribeiro Bueno foi publicada no Diário Oficial do Paraná no dia 9 de agosto deste ano.
O caso de assédio veio à tona após a estudante denunciar as mensagens com conteúdo sexual enviadas pelo professor à Ouvidoria da instituição. As conversas começaram com uma oferta de ajuda do professor e evoluíram para mensagens inapropriadas, incluindo fotos explícitas e propostas indecentes.
Segundo a defesa do professor, em nota divulgada na imprensa, Luciano estava passando por problemas psicológicos, incluindo transtorno depressivo grave e Síndrome de Burnout, o que teria levado a uma interpretação equivocada das mensagens trocadas com a aluna fora do ambiente de sala de aula.
No entanto, o Processo Administrativo Disciplinar constatou que as mensagens de teor sexual foram enviadas entre 23h23 e 01h29 e foram verificadas pela comissão responsável e registradas em cartório. O professor admitiu os fatos, mas alegou ter interpretado equivocadamente os olhares e sinais corporais da aluna.
Professor acionado criminalmente
Além da demissão da universidade, o professor também está respondendo criminalmente pelo ato. Em uma audiência realizada em junho deste ano, Luciano aceitou a aplicação antecipada de uma pena restritiva de direitos de prestação pecuniária. O valor acordado não foi revelado, pois o processo tramita em sigilo.
A UEPG informou que a investigação interna do caso foi conduzida por uma comissão de professores efetivos, de acordo com a legislação estadual que estabelece normas e procedimentos especiais sobre atos e processos administrativos.
UEPG registra 11 casos de assédio nos últimos quatro anos
Segundo dados exclusivos do Jornal Colabore revelados ainda em maio, os dados revelam também que houve apenas uma demissão relacionada ao crime, que ocorreu no Setor de Ciências Sociais Aplicadas e foi ratificada pelo Conselho da UEPG. Sendo assim, o professor de economia seria o segundo professor a ser demitido por assédio na instituição.
O JC tentou obter mais informações sobre o caso do professor Setor de Ciências Sociais Aplicadas demitido por envolvimento em um caso de assédio e conseguiu falar com uma fonte que estava a par do assunto. Segundo a denúncia apresentada, uma aluna solicitou a remarcação de uma prova após perder a data original, e o professor começou a enviar mensagens de teor sexual para a jovem.
O docente em questão entrou com recurso ao Conselho Administrativo, mas a denúncia foi considerada procedente e resultou em sua demissão do cargo. Todo o caso evoluiu e resultou na demissão do professor depois que a vítima acionou a ouvidoria da instituição para relatar todo o ocorrido.
UEPG não tem verba destinada exclusivamente para campanhas de assédio
Documento obtido também em maio com exclusividade pelo Jornal Colabore revela que a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) não tem uma verba exclusiva para campanhas contra o assédio sexual. De acordo com o documento, esses recursos são retirados principalmente da verba alocada na Pró-reitoria de Assuntos Estudantis e na Coordenadoria de Comunicação Social da universidade, sendo utilizados para a produção de imagens, campanhas para internet e mídias sociais.
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Essas ações têm como objetivo promover um ambiente acadêmico seguro e livre de assédio, demonstrando o compromisso da UEPG com a proteção e bem-estar de seus estudantes e comunidade acadêmica.