O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou nesta segunda-feira (14) a demissão de três agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) que participaram da morte de Genivaldo Santos. O caso ocorreu em maio do ano passado, em Sergipe.
A decisão foi divulgada nas redes sociais do ministro, que destacou a importância de garantir a segurança dos policiais e evitar ações ilegais que resultem em mortes. Além disso, Dino determinou a revisão dos manuais de procedimentos da PRF, buscando aprimorar a atuação dos agentes e eliminar possíveis falhas.
Genivaldo Santos foi morto após ser colocado no compartimento de presos de uma viatura da PRF, onde os agentes utilizaram spray de pimenta e gás lacrimogêneo, de acordo com denúncia do Ministério Público.
A demissão dos agentes já havia sido decidida pela PRF há dez dias, e o caso foi encaminhado ao Ministério da Justiça, que tinha a responsabilidade de dar a palavra final. Com a assinatura do ministro, a demissão dos três policiais rodoviários federais foi oficializada.
O caso de Genivaldo Santos ficou conhecido como “câmara de gás” devido à forma como a vítima foi asfixiada. A PRF também investigou duas outras denúncias contra os policiais envolvidos, relatando agressões a outras vítimas em situações semelhantes.
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Flávio Dino ressaltou a importância de trabalhar em conjunto com os estados, a sociedade civil e as corporações para apoiar práticas adequadas e afastar aqueles que não cumprem a lei, visando melhorar a segurança de todos.
Relembre o caso da morte de Genivaldo Santos em uma viatura da PRF:
Um homem chamado Genivaldo de Jesus Santos, de 43 anos, faleceu após um incidente com a Polícia Rodoviária Federal em Umbaúba, Sergipe, Brasil, em 25 de maio de 2022. O relatório de autópsia afirma que a causa da morte foi asfixia mecânica e insuficiência respiratória aguda.
Vídeos circulando nas redes sociais mostram Genivaldo algemado no chão por dois policiais e depois colocado no porta-malas de um veículo policial. De acordo com relatos, foi visto fumaça saindo do veículo, o que pode ter causado sua morte por intoxicação.
Familiares afirmam que Genivaldo tinha problemas de saúde mental e havia informado aos policiais sobre sua condição durante o incidente. Wallyson de Jesus, sobrinho da vítima, afirmou que pediu insistentemente para a polícia acalmar seu tio, mas seus apelos foram ignorados.
Apesar de ter sido levado para um hospital local, Genivaldo não sobreviveu. A Polícia Rodoviária Federal iniciou uma investigação interna para determinar a conduta dos policiais envolvidos. Em comunicado, o órgão mencionou que foram utilizadas técnicas de imobilização e instrumentos menos letais para conter a vítima, que supostamente estava se comportando de forma agressiva.