16 C
Ponta Grossa
domingo, maio 19, 2024

Pedagoga é ameaçada de morte após denunciar vizinha por racismo no PR

“Cresci passando isso, chega, o racismo não tem limite!” afirmou a pedagoga

Ponta Grossa
nublado
16.1 ° C
16.1 °
16.1 °
99 %
1kmh
100 %
dom
18 °
seg
21 °
ter
25 °
qua
25 °
qui
26 °
Escrito por

A pedagoga Katiussia Graziella da Silva sofre desde setembro com o racismo e ameaças de uma vizinha de condomínio em Curitiba (PR). Neste último sábado (12) a jovem de 18 anos foi presa em flagrante por injúria racial depois de agredir e proferir ataques racistas contra Katiússia que desde então também sofre com ameaças de morte por parte da mulher.

“Cresci passando isso, chega, o racismo não tem limite!” | Imagem: Reprodução Redes Sociais

A agressora ainda direciona ameaças e xingamentos homofóbicos ao filho mais velho da pedagoga, que tem 15 anos de idade. O garoto que é autista está muito agitado desde as agressões e a mãe disse que tanto ele quanto o filho mais novo de oito anos ficam sem entender as constantes agressões racistas. Eles me perguntaram: “Mãe, porque tem gente que não gosta da sua cor?”, contou Katiussa ao Notícia Preta que relata que outras crianças pretas do prédio também foram atacadas pela jovem.

Continue lendo depois da publicidade:

Histórico de violência

A pedagoga conta que desde setembro deste ano ela sofre com os ataques racistas da jovem que já a chamou de “negrinha feiosa”, “negrinha fedida” e “preta encardida”. Katiussia ainda conta que a vizinha, que era menor de idade na época das primeiras agressões, começou a persegui-la dentro do condomínio onde elas moram, observando sempre quando ela saia para colocar o lixo pra fora, por exemplo, para fazer os ataques quase diários. “Ela me ameaçou de morte, disse que o pai dela vai se encarregar de me matar. É um ódio explícito!”

Em setembro a pedagoga registrou um primeiro boletim de ocorrência depois que a jovem cuspiu na cara dela. Como à época a garota era menor de idade, não chegou a ser apreendida, mas foi aberto um inquérito para investigar o caso. Imagens do circuito do prédio registraram essa primeira agressão física onde a adolescente passa ao lado de Katiússia e cospe na cara dela.

No último sábado (12), contudo, as agressões racistas se repetiram e a pedagoga se defendeu do ataque e chamou a polícia. “Eu procurei a mídia porque eu passo por isso há muito tempo e não vou aceitar de cabeça baixa porque o racismo não tem fim”, contou a pedagoga ao dizer que diversas outras pessoas da região também ouviram ataques racistas dessa mesma mulher.

Neste final de semana, como a jovem completou 18 anos recentemente, ela foi presa em flagrante por injúria racial sem direito a fiança. A pedagoga, contudo, ainda teme pela própria vida e pela vida dos filhos que foram ameaçados pela vizinha. “Eu disse aos meus filhos que isso e vou fazer para defender nossa raça, mesmo que aconteça algo comigo. Cresci passando isso, chega, o racismo não tem limite!”, desabafou a pedagoga.

O Notícia Preta entrou em contato com a Polícia Civil do Paraná para saber o andamento das investigações e sobre as ameaças de morte sofridas pela pedagoga e pelos filhos e até o momento de fechamento desta matéria não recebemos informações adicionais.

- Anúncio -

MAIS LIDAS NO JC

Aproveite para ler!

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Direitos Autorais

.