O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta quinta-feira (15) da reativação da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados S.A. (Ansa), subsidiária da Petrobras, em Araucária–PR. A unidade, que havia sido fechada em 2020, recebeu um investimento de R$ 870 milhões para sua reabertura.
A reativação da Ansa representa um passo importante para a retomada da produção de fertilizantes no Brasil, diminuindo a dependência do país em relação às importações. A fábrica tem capacidade de produção de 720 mil toneladas de ureia por ano, correspondendo a 8% do mercado local.
Lula destacou a importância da fabricação de fertilizantes para o país, principalmente para o Paraná, estado com forte produção agrícola. “É irresponsabilidade a gente não ter em conta que o Brasil não pode importar 90% dos insumos que precisamos”, afirmou o presidente.
A reabertura da fábrica também trará um impacto positivo na geração de empregos. 215 ex-funcionários já retornaram às suas atividades e a expectativa é que, durante a fase de retorno operacional, sejam gerados mais de 2 mil empregos. Após o retorno da produção, previsto para o segundo semestre de 2025, a Ansa deve manter cerca de 700 empregos diretos.
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Além da Ansa, a Petrobras também investirá R$ 3,2 bilhões na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), localizada ao lado da fábrica. A Repar é responsável por 15% do mercado nacional de derivados de petróleo e a expectativa é que o investimento gere 27 mil empregos diretos e indiretos.
“Recuperar a autoestima do país”
Em seu discurso, Lula fez questão de enfatizar que a reativação da Ansa não se trata apenas de um investimento financeiro, mas sim de um passo crucial para recuperar a autoestima do país e o orgulho do povo brasileiro. “A gente está cuidando de recuperar a autoestima desse país, o orgulho do povo brasileiro e o orgulho de a gente ser brasileiro”, disse o presidente.
Lula também lamentou a paralisação de investimentos em unidades da Petrobras nos últimos governos, afirmando que a empresa foi alvo de uma “campanha de difamação” durante a Operação Lava Jato. “Muitas vezes, eu ficava deprimido e chorava quando eu ficava sabendo de notícia de companheiros trabalhadores da Petrobras que entravam em restaurante para comer ou entrava em bar e, muitas vezes, era chamado de ladrão”, disse Lula.