O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes causou polêmica ao afirmar, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, que Curitiba tinha o “germe do fascismo” e que a cidade havia gerado o presidente Jair Bolsonaro.
Segundo ele, a operação Lava Jato, conduzida pelo ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União Brasil), teria adotado práticas antidemocráticas e ilegais para perseguir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e influenciar o resultado das eleições de 2018.
A declaração de Gilmar Mendes provocou reações negativas de diversas autoridades e personalidades paranaenses, que defenderam a reputação de Curitiba e criticaram o ministro por desrespeitar a liturgia do cargo e a independência do Judiciário.
O próprio Moro rebateu as acusações de Gilmar Mendes nas redes sociais, dizendo que não tinha “obsessão” pelo ministro e que havia combatido a corrupção e prendido criminosos que saquearam a democracia.
Diante da repercussão negativa, Gilmar Mendes se retratou hoje em seu perfil no Twitter. Ele disse que não quis ofender o povo curitibano e que usou uma metonímia que merecia explicação.
Ele esclareceu que se referia à chamada “República de Curitiba”, formada pela Lava Jato e pelos juízes responsáveis por ela na capital paranaense. Ele não chegou a pedir desculpas, mas afirmou que respeitava a história e a cultura de Curitiba.