A Unidade de Pronto Atendimento Santana foi acusada na noite de ontem (25) de discriminação, isso porque uma família acusou a unidade de negligência contra um homem que usa tornozeleira eletrônica. Segundo relatos enviados ao Jornal Colabore, o homem, que deu entrada ainda no dia 15, estava em uma cadeira de rodas e apresentava grandes convulsões.
A sobrinha explicou que ele foi transferido para o Hospital Regional de Ponta Grossa sem nenhum aviso aos familiares e responsáveis. O motivo da transferência, segundo a família, foi uma queda da cadeira que teria deixado ele em estado grave; argumento negado pela unidade.
Para falar a verdade, nem da upa ligaram avisando que ele tinha sido transferido. a assistente social do regional me ligou falando que ele tava lá
Afirmou uma familiar do paciente, que explicou não saber da transferência
Além da acusação de discriminação, a família também afirmou ter recebido relatos de que o paciente estava na cadeira quando sofreu uma crise e acabou caindo com a cabeça no chão. Essa versão foi negada pela administração da unidade, que em nota afirmou que a transferência já estava previamente marcada e que uma familiar dele já havia sido avisada.
Não é verídica a informação de que o paciente sofreu uma queda na unidade, sofrendo ferimentos na cabeça
Afirmou a nota enviada ao JC
Quanto a acusação de discriminação, a administração da unidade também negou ter sido negligente com o paciente devido ao uso de tornozeleira eletrônica. “O Instituto responsável pela gestão da UPA esclarece que fomenta ações internas de humanização e repudia toda forma de discriminação”, defendeu a nota.
Confira a nota na íntegra:
Em resposta às acusações feitas pelos familiares do paciente Emerson Mariano Pereira, a UPA Santana esclarece que:
1) Não é verídica a informação de que o paciente sofreu uma queda na unidade, sofrendo ferimentos na cabeça. Durante o período em que permaneceu em observação na unidade, não foi registrado nenhum evento adverso com o paciente.
2) É infundada a alegação de que o paciente foi negligenciado por usar tornozeleira eletrônica, tanto é que as assistentes sociais da casa de apoio onde ele vive tiveram acesso à visita fora do horário, como forma de melhor acolhê-lo, tendo em vista que nenhum familiar ficou como acompanhante.
3) Em relação ao desconhecimento sobre a transferência do paciente para o hospital, a familiar (irmã) que o visitou algumas vezes estava ciente de que ele estava aguardando vaga para transferência, que ocorreu no sábado à tarde.
O Instituto responsável pela gestão da UPA esclarece que fomenta ações internas de humanização e repudia toda forma de discriminação. Dentro da unidade, há uma premissa de equidade no cuidado aos pacientes, independentemente de questões sociais.
Por fim, a equipe da UPA coloca-se à disposição para atender a família e esclarecer qualquer situação acerca do atendimento do paciente em questão.
Família não acredita na versão da unidade
Diante das respostas dadas pela administração da unidade, a família ainda segue com dúvidas e mantem as acusações. Segundo uma familiar, a transferência foi feita sem aviso prévio e de forma abrupta; isso somado aos relatos recebidos de outros pacientes dão conta de que a queda pode ser real, defende a família.
Além disso, a família defendeu que ele estava sendo vítima de discriminação na unidade, inclusive com ameaças feitas contra ele dentro da UPA.