Os animais recolhidos pela Prefeitura de Ponta Grossa ao Centro de Referência de Animais em Risco (CRAR) sobrevivem em condições de maus-tratos, isso é o que revelam documentos que a página PG Transparente (parceira do JC) teve acesso em primeira mão. Apesar dos esforços de funcionários para tentar manter a vida dos cachorros e gatos resgatados, a falta de estrutura tem contribuído para o local se transformar em uma espécie de matadouro: de novembro até agora, 65 animais morreram lá e o número continua a crescer.
Dos 65 óbitos registrados em apenas três meses, 32 possuem características de infecção por cinomose – doença grave que atinge os cães. Segundo dados internos do próprio CRAR, a superlotação, falta de limpeza e escassez de medicamentos contribuem para a doença se alastrar.
Falta de medicamentos e manutenção
Documentos mostram que a Prefeitura não estaria fornecendo remédios usados no tratamento da cinomose, como amoxicilina, metronidazol e vermífugos. Além disso, não há vacina para a prevenção da doença desde dezembro do ano passado.
Devido à superlotação, o CRAR não possui espaço para separar os animais doentes dos sadios. Outro problema é a escassez de comedouros e bebedouros individualizados, junto à falta de higienização dos ambientes.
A situação já é de conhecimento da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, que recebeu solicitações de veterinários para que o recolhimento dos animais seja suspenso temporariamente, até que os estoques de medicamentos sejam normalizados e o surto de cinomose controlado.