Colocar personagens representativos em desenhos é e sempre foi algo extremamente importante, exceto quando isso foi feito basicamente para conseguir dinheiro e forçar uma representativa—situação vista na nova produção do HBO Max, “Velma”, que já está disponível para assistir.
A obra tenta mostrar aos telespectadores uma releitura do clássico Scooby-Doo, mas desta vez deixa de lado a típica turma e nos coloca ao lado de Velma, que está bem diferente.
Uma adolescente, negra, pansexual e sexualizada tomou poder sobre o clássico personagem de Scooby-Doo nessa nova produção que foi mal vista pela crítica especializada, que definiram a série como ruim por ter “perdido a essência do show”. Diante da situação, é necessário entender o que a Warner tentou fazer com uma das várias novas produções do mesmo gênero.
Em Velma, a gigante do entretenimento parece tentar consertar um problema criado em 1969, ano de lançamento do “Scooby-Doo, Cadê Você?”, que fez com que a empresa fosse alvo de críticas severas na atualidade. O maior problema é relacionado ao machismo, já que as mulheres seguem o típico estereotipo de filmes de terror na produção clássica.
No novo spin-off, lançado nos últimos dias, o problema é consertado em partes, como uma tentativa exagerada da empresa de “lacrar” sobre a luta contra o preconceito. Ao invés de criar um novo personagem, mostrando que a empresa se importa de verdade com a luta, eles resolveram pegar Velma e transforma-la no símbolo contra o preconceito.
Seria mesmo necessário mudar a identidade de um personagem tão clássico? Para a empresa, essa parece ter sido uma boa ideia, já que nem cogitaram a possibilidade de criar um novo sujeito com as mesmas características da nova Velma. Esse é apenas um dos problemas encontrados na produção.
Outros problemas
Além de alterar as características físicas e sexuais da personagem, a animação investe em conteúdos adultos e muitas vezes sem nenhuma graça. Cenas de nudez e piadas com o movimento “#MeToo” são frequentes em “Velma” e podem causar desconforto em grande parte do público.
Não me entenda mal, é necessário ter personagens representativos nas produções, mas é errado pensar que isso pode ser usado para “lacrar” e lucrar pelas empresas de entretenimento a qualquer momento. Vale ressaltar que essa é apenas uma das produções planejadas pela Warner, que ainda vai mudar as características de diversos outros personagens de Scooby-Doo.