Membros do Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) chegaram a Santa Catarina nesta quarta-feira (10) para investigar o preocupante aumento de células nazistas no estado. Nos últimos anos, há um crescimento significativo de casos e investigações relacionados a movimentos neonazistas.
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De acordo com informações da Polícia Civil, nos últimos sete meses, pelo menos 17 pessoas ligadas a esses grupos foram presas. Diante dessa situação alarmante, o CNDH realizará uma série de visitas e reuniões com órgãos de segurança pública e entidades que combatem a disseminação de grupos e discursos de ódio.
O Conselho, que conta com a participação de representantes da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e do Ministério dos Direitos Humanos, entre outros membros, terá uma agenda intensa durante sua estadia em Santa Catarina. Estão previstas reuniões com a Polícia Federal, o Conselho Estadual de Direitos Humanos e uma palestra na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que já foi alvo de casos de neonazismo envolvendo alunos e ex-alunos.
Além disso, o grupo se reunirá com a Delegacia de Repressão ao Racismo e Delitos de Intolerância (DRRDI), que liderou operações contra esses crimes em todo o país. É importante ressaltar que a Lei nº 7.716, de 1989, considera crime a prática, indução ou incitação à discriminação, ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, bem como a promoção do nazismo.
A Polícia Civil de Santa Catarina esclarece que a DRRDI é a única delegacia especializada nessa área no Brasil. Desde a sua criação, há dois anos, foram investigados 54 casos de neonazismo, sendo 21 deles em Santa Catarina. No entanto, a maioria dos mandados de busca e apreensão foi cumprida em outros estados.