Na manhã desta quinta-feira (9), Filipe Martins, ex-assessor da Presidência de Jair Bolsonaro, passou por uma audiência de custódia após ser preso em Ponta Grossa. Martins foi preso durante uma operação da Polícia Federal que investiga uma tentativa de golpe de Estado visando manter Bolsonaro no poder. Após a audiência, a prisão preventiva de Martins foi mantida.
Conforme as informações divulgadas pela PF, Martins teria sido responsável por levar ao ex-presidente uma minuta com planos golpistas, que incluíam a prisão de autoridades, como o ministro do STF Alexandre de Moraes, e a realização de novas eleições. Além disso, foi revelado que Martins viajou para Orlando, nos Estados Unidos, utilizando o avião presidencial, sem realizar os procedimentos de saída do território nacional, o que levantou suspeitas sobre suas intenções.
Durante as investigações, também foram encontradas mensagens trocadas por Martins com o ex-ajudante de ordens do presidente, o tenente-coronel Mauro Cid, que fez uma delação premiada com a PF. Essas mensagens sugerem que Bolsonaro teria participado ativamente na elaboração e ajustes do documento golpista entregue por Martins.
A defesa de Filipe Martins classificou a prisão como “ilegal” e argumentou que a audiência de custódia foi realizada em desconformidade com os prazos estabelecidos pela legislação. Os advogados do ex-assessor também afirmaram que ele continua privado de sua liberdade mesmo sem os requisitos básicos para a imposição da prisão preventiva.
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Além de Martins, outros dois ex-assessores de Bolsonaro também passaram pela audiência de custódia e tiveram a prisão preventiva mantida: Marcelo Câmara e Rafael Martins Oliveira, major do Exército. A Operação Tempus Veritatis, conduzida pela PF, continua em andamento para investigar mais a fundo os planos golpistas e a participação de outras pessoas.