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sexta-feira, novembro 22, 2024
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Violência contra pessoa trans revela falhas de segurança em bares de PG

Um caso de violência contra uma pessoa trans foi registrado em uma casa noturna de Ponta Grossa (PG), revelando problemas de segurança.

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No dia 29 de janeiro, o Brasil celebrou o Dia da Visibilidade Trans, uma data importante para destacar a luta pela igualdade de gênero. No entanto, é preocupante que nosso país lidere a lista dos que mais cometem assassinatos contra pessoas trans e travestis em todo o mundo. Infelizmente, mais um caso de violência contra uma pessoa trans ocorreu recentemente na cidade. Segundo informações obtidas pelo Jornal Colabore, no dia 28 de janeiro, uma pessoa trans foi agredida enquanto dançava em uma casa noturna local.

O caso ocorreu entre uma pessoa trans não binária e um homem cisgênero. Após o incidente ser registrado, a pessoa trans tentou entrar em contato com o dono do estabelecimento, que alegou não ter feito nada, pois não ouviu a denúncia devido ao barulho do local. Com a confusão, um segundo homem entrou em confronto com o possível agressor da pessoa trans não binária, o que resultou na expulsão de ambos do local pelos seguranças da casa de shows. Após o ocorrido, o dono do estabelecimento reiterou seu compromisso com a justiça social e o combate à violência de gênero em uma nota divulgada nas redes sociais.

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O caso, no entanto, serve como um alerta para aqueles que já sofreram com esse tipo de violência em baladas e pubs de Ponta Grossa, que, mesmo que não pareça, ocorre com frequência. Uma pessoa trans não binária, que preferiu não se identificar, entrou em contato com a equipe do Jornal Colabore através do Instagram, afirmando que o estabelecimento se manifestou e prestou atendimento posterior ao caso, mas que isso nem sempre acontece.

“Eu já cansei de sofrer violência nas baladas e casas de show da cidade. Tem vezes que falo com os seguranças e nada é feito! Hoje, tenho que me preparar emocionalmente para conseguir entrar nesses ambientes”, desabafou ao comentar que não pretende se vestir de outra forma para chamar menos atenção nos locais. “Eu nasci assim e me aceitei assim. Resta apenas o mundo entender isso”, destacou. Vale ressaltar que pessoas transgênero são aquelas que não se identificam com o gênero ao qual foram designadas com base em seu sexo biológico, conforme o blog Diversidade da UNESP.

Segurança não é suficiente

Conforme a legislação brasileira, estabelecimentos como casas noturnas, shoppings, supermercados e outros têm responsabilidade civil em relação a atos de violência cometidos por terceiros em suas dependências, conforme o artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor. Isso significa que qualquer casa noturna em Ponta Grossa que ofereça serviços assume a responsabilidade de garantir a segurança de seus clientes, incluindo a disponibilidade de saídas de emergência e outras medidas de segurança necessárias, conforme o JusBrasil.

Mesmo assim, a pessoa trans que preferiu não se identificar disse que não é suficiente. “Para se ter ideia, houve vezes em que precisei sair de um local porque me senti tão insegura lá que não consegui me divertir”, relatou ao confirmar que as casas noturnas e baladas de Ponta Grossa até possuem seguranças e uma estrutura que transmite credibilidade, mas que isso não adianta sem o preparo necessário.

PR quase lidera ranking de assassinatos

De acordo com dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), o Paraná registrou 12 casos de assassinatos de pessoas trans somente em 2023, colocando o estado como o terceiro com o maior número de casos no Brasil, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro. Vale ressaltar que, segundo o Terceiro Setor, a expectativa de vida das pessoas trans é de apenas 35 anos, menos da metade da expectativa de vida do brasileiro, que fica em 75 anos.

Leia também: Pesquisa: Quase 80% das mulheres de PG já sofreram algum tipo de assédio sexual

Em entrevista à Rádio CBN na última terça-feira (30), o secretário de Justiça do Paraná, Santin Roveda, detalhou que outro problema é a subnotificação. “Existe a probabilidade desse número aumentar com as políticas que o Paraná vem desenvolvendo“, comentou ao falar sobre os esforços do estado para melhorar a identificação da violência contra pessoas trans.

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