A denúncia de maus-tratos no Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Padre Lívio Donati, em Castro, nos Campos Gerais do Paraná, revisitou relatos de mães sobre agressões físicas e psicológicas por parte de uma professora de 39 anos, que está sob investigação da Polícia Civil. As famílias perceberam nas crianças mudanças de comportamento, como agressividade, aprendizado de palavrões e recusa em frequentar a creche, além de episódios de choro e revolta.
Professor afastada e processo em segredo de Justiça
Segundo o delegado Marcondes Ribeiro, o inquérito começou após uma mãe registrar boletim de ocorrência e apresentar gravação em vídeo da filha, que relatou agressões sofridas pela professora. Durante a investigação, os pais de pelo menos oito crianças confirmaram comportamentos semelhantes relatados pelos filhos, inclusive descrições de puxão de cabelo e episódios de violência física na escola. A professora foi indiciada pela Polícia Civil do Paraná pelo crime de maus-tratos, agravado pela idade das vítimas, e aguarda os desdobramentos judiciais em liberdade. O processo corre em sigilo de Justiça, e nem a identidade da professora, nem das vítimas foram oficialmente reveladas.
Defesa e posicionamento do município
A defesa da professora nega qualquer ato de violência ou negligência e afirma confiar na absolvição da cliente, alegando que ela nunca agiu de forma inadequada com os alunos. De acordo com informações fornecidas à imprensa, a educadora foi afastada do cargo durante a apuração dos fatos, chegou a retornar em outra unidade após os trâmites administrativos, mas está atualmente licenciada. A defesa ainda informou que a professora tem sido alvo de ameaças desde a divulgação do caso.
Em nota oficial, a Prefeitura de Castro reforçou que acompanha o caso e aguarda o julgamento de uma eventual ação penal antes de considerar novas medidas administrativas contra a servidora, além do que já foi determinado em processo disciplinar concluído em agosto de 2025. O governo municipal destaca o compromisso com a transparência e o respeito às leis.
Veja o que diz a prefeitura
“A Prefeitura de Castro informa que acompanha o caso envolvendo a professora mencionada. Como o indiciamento é uma etapa da investigação, a Prefeitura aguarda o julgamento de eventual Ação Penal, para avaliar se deve adotar qualquer outra medida punitiva em relação à servidora, para além do que o Processo Administrativo Disciplinar já determinou. O PAD foi concluído em agosto sendo que as informações não podem ser divulgadas porque o procedimento correu em sigilo. A Prefeitura reitera seu compromisso com a transparência, o respeito às leis e ao devido processo legal”.
O Ministério Público do Paraná recebeu o inquérito policial e tem até dez dias, devido ao fato de a indiciada estar em liberdade, para se manifestar sobre o oferecimento da denúncia ou a necessidade de diligências adicionais no caso. O delegado responsável enfatizou que, diante da ausência de câmeras de segurança na unidade, os relatos das crianças às famílias e os depoimentos gravados foram fundamentais para a investigação e para apontar o padrão dos fatos denunciados.
A situação intensificou a preocupação dos pais sobre sinais de possíveis maus-tratos em instituições de ensino, destacando o papel fundamental da atenção familiar diante de mudanças bruscas de comportamento dos filhos. O caso segue acompanhado de perto pelas autoridades, pelo Ministério Público e pela comunidade local, com desdobramentos judiciais aguardados nos próximos dias.