A peça teatral ‘Laços no Espelho’, da Diálogos Culturais, encerra na próxima terça-feira, 17 de dezembro, sua temporada em Ponta Grossa neste ano. A apresentação acontece no Auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), às 20h, com ingressos a R$ 30, que serão revertidos em prol do Núcleo Pequeno Anjo.
Esta será a 19ª exibição do espetáculo neste ano, que já emocionou mais de 600 pessoas com a história da relação entre um pai idoso e sua filha atarefada.
Através de cenas de afeto embaladas por músicas e combinadas com risos e emoções, a peça explora temáticas como intergeracionalidade, etarismo e laços familiares. A história, escrita pelo dramaturgo Gabriel Vernek, foi inspirada em acontecimentos da relação dos artistas ponta-grossenses Álvaro Bueno e Vivian Bueno, pai e filha na vida real e na ficção.
A direção artística é assinada por Eziquiel Ramos (Diálogos Culturais) e a direção de produção é de Rafaela Prestes (Inspire Projetos Criativos), com ideação do projeto de Eduardo Godoy.
Ao longo do ano, o espetáculo integrou a programação do 52º Festival Nacional de Teatro (Fenata) e do 3º Festival de Teatro Prosiá, além de circular por 16 instituições, como Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), Centros de Convivência para Pessoa Idosa (CECON) e Associação de Pais e Amigos do Deficiente Visual (APADEVI).
O projeto foi viabilizado com incentivo da Lei Paulo Gustavo, com recursos do Ministério da Cultura – Governo Federal gerido pela Secretaria Municipal de Cultura – Prefeitura de Ponta Grossa.
Para a atriz Vivian Bueno, que interpreta a personagem Vivi, poder participar de um projeto sensível e na companhia de seu pai é uma oportunidade única. “Eu sinto que é um grande presente, para além da vida. O processo dessa peça, que aconteceu desde fevereiro, foi muito leve e ao mesmo tempo muito tocante dentro da alma. Desde o começo, as apresentações sempre emocionaram, porque elas mexem com as memórias e com os sentimentos de cada um”, comenta.
Álvaro Bueno, que interpreta Alves, também concorda com sua filha sobre a importância da peça para a cidade e para a relação dos dois. “’Laços no Espelho’ foi, sobretudo, um presente porque eu pude conviver rotineiramente com a minha filha, que há alguns anos já mora sozinha. Então, criamos novamente esse vínculo e agora, com o final da circulação, já estou sentindo o gostinho da saudade”, afirma.
Por onde passa, a peça toca o público com sua abordagem humanizada, como foi o caso de Juliana Morais, moradora do Costa Rica, que relembrou momentos com sua avó durante a apresentação no CRAS, em setembro. “Me emocionei com o final da peça porque me lembrei da minha avó, me vi representada ali em cena. Como neta, fui tomada por um sentimento forte de saudade”.
Leia também: 3º Festival de Teatro Prosiá agita a cena cultural de PG
Segundo Viviane Dick Ossig, coordenadora dos CECONs, a peça é capaz de comover e sensibilizar qualquer pessoa que esteja na plateia. “Nos CECONs nós trabalhamos com diferentes atividades para o público idoso, mas ter uma apresentação teatral sobre a relação entre pai e filha é permitir que eles se vejam retratados em diferentes momentos de suas vidas”.