O atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou neste domingo (21) que desistiu de concorrer à reeleição e declarou seu apoio à vice-presidente Kamala Harris para liderar a chapa democrata. Em um comunicado publicado no X (antigo Twitter), Biden afirmou que cumprirá seu mandato até janeiro de 2025.
“Foi a maior honra da minha vida servir como seu presidente. E embora tenha sido minha intenção buscar a reeleição, acredito ser do melhor interesse do meu partido e do país que eu me afaste e me concentre exclusivamente em cumprir meus deveres como presidente pelo restante do meu mandato”, escreveu Biden.
A decisão de Biden ocorre após intensa pressão do partido e de parte do eleitorado democrata. A crise na campanha de Biden começou no final de junho, quando ele teve um desempenho considerado fraco em um debate contra Donald Trump. Na ocasião, a capacidade cognitiva do presidente foi questionada.
Apesar de ter resistido à pressão por algumas semanas, com entrevistas, reuniões e negando alegações sobre seu estado físico e mental, nos últimos dias, os rumores sobre a desistência de Biden se intensificaram. O ex-presidente Barack Obama e a ex-líder da Câmara Nancy Pelosi, figuras influentes no Partido Democrata, demonstraram preocupação com as chances de Biden na eleição.
Segundo a “CNN”, Pelosi teria dito a Biden que ele não venceria a eleição. Obama, por sua vez, teria expressado receio sobre as chances do atual presidente a pessoas próximas.
Biden foi diagnosticado com Covid-19 na quarta-feira (17) e teve que suspender eventos de campanha. Desde então, ele está em isolamento em sua casa em Delaware. Conforme a imprensa norte-americana, diante da pressão, ele começou a repensar sua candidatura.
Uma fonte disse à Reuters que a decisão ocorreu neste domingo. “Na noite passada, a mensagem foi para seguir em frente com tudo, o mais rápido possível. Por volta das 13h45 de hoje, o presidente disse à sua equipe sênior que havia mudado de ideia”. A decisão pegou muitos funcionários da Casa Branca de surpresa.
O Partido Democrata ainda não anunciou quem será o novo candidato para disputar a eleição contra Trump. A Convenção Nacional Democrata, que oficializará o candidato do partido para a Casa Branca, será realizada entre 19 e 22 de agosto.
O ‘início do fim’
A má performance de Biden no debate, no final de junho, foi considerada o “início do fim” para sua campanha. A imprensa norte-americana relatou um estado de pânico entre os democratas, com colegas de partido preocupados com a capacidade do presidente para mais um mandato.
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Em um evento de campanha no dia seguinte ao debate, Biden reconheceu a questão da idade e afirmou que não debatia como antes, mas que sabia “dizer a verdade” e pretendia vencer a eleição.
No entanto, a pressão aumentou com declarações de políticos democratas em exercício e figuras importantes do partido, como Nancy Pelosi. Vários veículos americanos, como os jornais “The New York Times”, “The Wall Street Journal” e a revista “The Economist”, que apoiavam o presidente, publicaram editoriais pedindo que Biden desistisse da candidatura à presidência.