A Polícia Federal (PF) recebeu um ofício do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) solicitando a instauração de um inquérito para investigar o ex-governo Bolsonaro pelos crimes de genocídio e omissão de socorro depois de Lula (PT) realizar uma visita ao povo Yanomami, em Roraima.
O documento foi assinado pelo Ministro da Justiça, Flávio Dino, e foi enviada nesta segunda-feira (23) ao diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues. Além dele, a ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves (Republicanos-DF), já havia sido acionada na Procuradoria Geral da República pelo Partido dos Trabalhadores, pelas mesmas suspeitas de crime que o ex-presidente.
Os reiterados pedidos de ajuda contra a violência decorrente do garimpo ilegal, bem como a ausência de efetivas ações e serviços de saúde à disposição dos Yanomami frisam possível intenção de causar lesão grave à integridade ou mesmo provocar a extinção do referido grupo originário.
Afirma o ofício entregue à Polícia Federal
A situação encontrada por Lula em meio ao povo Yanomami mostrou que o povo vem sofrendo há alguns anos com crises de desnutrição, malária e até pneumonia. Os médicos afirmaram que já haviam protocolado diversos pedidos de ajuda ao governo federal, antes comandado por Bolsonaro, mas nunca tiveram uma resposta oficial.
Os indígenas estão em território brasileiro, e não venezuelano como apontam Fake News
Compartilhamentos nas redes sociais afirmam que o povo encontrado por Lula é na verdade venezuelano, o que não procede conforme informou um boletim do Ministério da Saúde. Os atendimentos, em sua maior parte, ocorrem em Boa Vista, na capital do estado de Roraima, em uma unidade que fica a quase 200 quilômetros da divisa do país.
Ainda segundo informações do Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) cerca de 21.982 Yanomamais vivem em território Brasileiro, enquanto 11.341 Yanomamis estão na Venezuela.